Pela primeira vez em sua história, ABL realiza palestra sobre um sambista: Silas de Oliveira
Em palestra, escritor Alberto Mussa destacou que o compositor do Império Serrano foi o fundador do gênero samba de enredo
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- Vicente Almeida
- Grupo Especial
- 26 Agosto 2022 - 23:16
O Samba comemorou, na tarde-noite desta quinta-feira, 25/8, um momento especial. Pela primeira vez em sua história, a Academia Brasileira de Letras abriu as portas para exaltar a arte de um compositor popular.
Ao fazer a palestra intitulada “Silas de Oliveira, um poeta épico”, o escritor Alberto Mussa destacou que o compositor do Império Serrano foi o fundador do gênero samba de enredo e o principal inspirador dos grandes-mestres dos hinos que encantam multidões, quando cantados na Avenida, nos desfiles das Escolas de Samba.
Mussa é integrante do Júri do Estandarte de Ouro e conceituado pesquisador do assunto, autor do livro “Samba de Enredo: História e Arte”, feito em parceria com o pesquisador e historiador Luiz Antônio Simas.
Dando sequência aos encontros com os postulantes ao Governo do Estado melhores colocados nas pesquisas de eleitorado, a LIESA recebeu, na noite de terça-feira, 23/08, o ex-prefeito de Niterói, Rodrigues Neves, do PDT. O encontro foi realizado no auditório da Entidade, no Centro do Rio.
O candidato, que conta com o apoio do Prefeito Eduardo Paes, foi recebido pelos diretores da LIESA e pode expor aos presidentes e representantes das Escolas de Samba o seu projeto de governo.
Afirmou que dará apoio irrestrito ao trabalho das Escolas de Samba, na organização dos desfiles, ensaios e projetos sociais, e ao Carnaval Carioca, em sentido mais amplo, carro-chefe de seu programa nas áreas de turismo e entretenimento.
Silas de Oliveira, agora um dos titulares da “Cadeira 41”
O SAMBA PIONEIRO
Liberdade na feitura dos versos e da melodia foi composto por Silas de Oliveira para o Carnaval de 1951: “Setenta e Um Anos de República”, com o qual o Império venceu o desfile organizado pela Federação das Escolas de Samba (naquele ano houve outro desfile, da União das Escolas de Samba, vencido pela Portela).
“Até então, os sambas mantinham uma estrutura padronizada de letra e melodia, descrevendo ou não o que a Agremiação apresentasse no desfile” – explica. “Os sambas de Silas eram totalmente imprevisíveis e de uma riqueza extraordinária em sua construção artística. Estilo que foi aprimorado na década de 60, com outras obras clássicas, como “Aquarela Brasileira”, “ Glórias e Graças da Bahia”, “Os Cinco Bailes da História do Rio” e “Heróis da Liberdade”. Seus sambas acabaram virando modelo para outros mestres” – conclui.
Companheiros do Estandarte e diretores do Império foram levar o seu abraço a Alberto Mussa
CADEIRA 41
A palestra encerrou o 5º Ciclo de Conferências do ano, "Cadeira 41" (são 40 imortais no total), que teve como objetivo apresentar quatro nomes que poderiam ocupar, em suas épocas, uma das Cadeiras da ABL e que, por razões diferentes e individuais, não se tornaram membros da Academia.
Na semana anterior, “Teodoro Sampaio” foi o tema da conferência ministrada pelo escritor e compositor Nei Lopes. O ciclo "Cadeira 41" contou com a coordenação da Acadêmica e escritora Ana Maria Machado e foi realizado às quintas-feiras do mês de agosto, às 17h30, na Sala José de Alencar.