Neta de Lampião visita a quadra da Imperatriz Leopoldinense

Gleuse Meire Ferreira comemora enredo que exalta a cultura nordestina e conta que família e amigos se organizam para visita à feijoada da escola

 

Vítima de preconceito na infância pelo laço familiar com Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, Gleuse Meire Ferreira, de 66 anos, neta do cangaceiro, esteve presente na quadra da Imperatriz Leopoldinense domingo passado. Foi conhecer de perto a escola que contará as histórias de seu avô na Marquês de Sapucaí em 2023.

 

“Nossa infância foi muito difícil, principalmente na escola. O preconceito com nossa família era muito grande, mas a cultura e o tempo ajudaram bastante”, relembra a neta de Lampião e Maria bonita e filha de Expedita Ferreira da Silva.

 

Moradora de Aracaju, em Sergipe, estado onde Lampião foi assassinado em 1938, Gleuse está animada para o desfile da Imperatriz no ano que vem. A escola de Ramos levará para a Sapucaí o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, do carnavalesco Leandro Vieira.

 

“Nós já montamos um grupo no WhatsApp para virmos na Imperatriz na próxima feijoada, em setembro”, conta Gleuse. O evento, no dia 4 de setembro, será a data de lançamento dos sambas que concorrerão ao hino oficial da escola para o próximo carnaval."

 

O enredo surge como uma vontade de falar de um pedaço do Brasil que vale a pena. O Brasil da cultura popular. Da oralidade. Da tradição da contação de histórias. O Brasil que delira e reinventa realidades, já que o mundo real não basta. O Brasil do cordel. Dos repentes. O enredo surge de um Brasil que a gente alimenta na memória afetiva como uma espécie de Brasil imaginário para suportar o Brasil real", explicou Leandro Vieira.

 

O tema se inspira em cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu”. O carnavalesco e o diretor executivo da Imperatriz Leopoldinense, João Felipe Drumond, viajaram à Pernambuco na última semana.

 

“O objetivo era conhecer de perto a história de Virgulino Ferreira da Silva e enriquecer ainda mais a história que a Imperatriz Leopoldinense contará na avenida", afirma João Felipe.

 

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